História de Nossa Senhora Aparecida

A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida começa em outubro de 1717, quando  D. Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, então governador da capitania de São Paulo e Minas de Ouro viajava para Vila Rica e passava por Guaratinguetá, no Vale do Paraíba. Para homenagear o governador, os moradores de Guaratinguetá resolveram organizar uma festa e, para ela, resolveram pescar peixes no Rio Paraíba.

Por razões desconhecidas, uma estátua de cerâmica de 40 cm, cuja confecção é atribuída ao Frei Agostinho de Jesus, havia sido decapitada e lançada nas águas do rio. A pesca se mostrava infrutífera, até o momento em que os pescadores lançaram a rede, removeram o corpo da estátua e, em seguida, lançando mais uma vez a rede, removeram sua cabeça. Após a remoção total do objeto, os peixes passaram a abundar nas águas do rio.

A estátua foi restaurada, recebeu roupas e uma coroa de ouro com rubis e diamantes como presente da princesa Isabel e foi proclamada rainha e padroeira do Brasil em 1930 pelo papa Pio XI. Hoje a imagem encontra-se na Basílica de Aparecida, o maior santuário mariano do mundo. Em 1978, a estátua sofreu um atentado, sendo totalmente despedaçada por Rogério Marcos de Oliveira, um jovem que sofria de transtornos mentais, morador da cidade de São José dos Campos. Alguns fiéis tentaram linchar o rapaz, assim como saquear alguns dos pedaços da estátua. O linchamento do rapaz foi impedido pelo Padre Antônio Lino Rodrigues, ao mentir, afirmando que a estátua era falsa, teoria que tentou-se sustentar por outros padres. O bispo de Aparecida, Dom Geraldo Penido desmentiu esta versão, confirmando que a imagem era verdadeira, mas ainda encobrindo a destruição da imagem. A imagem foi restaurada no MASP pela artista Maria Helena Chartuni e, após a restauração, foi clareada secretamente com tinta automotiva pelo padre Izidro de Oliveira Santos, insatisfeito com a coloração negra da imagem devido à exposição ao lodo do rio. Este processo foi porém, revertido por Chartuni. O jovem, que sofreu ferimentos nas mãos e braços, foi internado em um sanatório.

A título de curiosidade, D. Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, homenageado com os peixes, é o mesmo Conde de Assumar que três anos depois mandou assassinar a Filipe dos Santos Freire após a repressão à Revolta de Vila Rica, também conhecida como  Revolta de Filipe dos Santos contra as injustiças cometidas pela coroa portuguesa aos trabalhadores brasileiros. Filipe foi enforcado e seu corpo amarrado a quatro cavalos, que o despedaçaram brutalmente.

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